sexta-feira, 9 de março de 2012

De Nosferatu a Crepúsculo a decadência do vampiro

Quando escreveu seu livro “Drácula” em 1897, o irlandês Bram Stoker, não imaginava que 108 anos depois, aquela criatura, baseada no Conde Vlad III (Vlad, o Empalador), Príncipe da Valáquia, temido por seu sadismo e ferocidade, seria transformado, pela escritora Stephanie Meyer, em um animal domesticado, vegetariano, insosso, totalmente comercial e que, ainda por cima, brilha a luz do sol, dando início assim, à triste decadência da espécie.
É difícil aceitar que os vampiros tenham se transformado em algo tão vergonhoso, quando você é de uma época em que os eles realmente metiam medo, eram sedutores, e dificilmente deixariam a mocinha indefesa escapar sem antes lhes pregar suas presas fatais, como em Nosferatu, A Sombra do Vampiro, Entrevista com Vampiro, entre outros, nem Nicolas Cage, em O Beijo do Vampiro, ficou tão ridículo.
 As histórias de vampiro, que nos fascinam desde sempre, são recontadas de maneiras diferentes e dizem muito sobre sua época e como vivemos em uma decadente, em que só o que importa é o lucro, e os adolescentes atuais jamais se interessariam por uma criatura a lá Nosferatu, muito mais fácil inventar, usando o mito antigo, criaturas novas, “sedutoras, inofensivas, politicamente corretas”. Com uma receita como essa, podemos facilmente explicar porque a saga Crepúsculo, da autora americana Stephanie Meyer, de vampiros vegetarianos, que usam seus caninos, única e somente para perfurar alface e outras verduras, atingiu tamanho sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário